A tecnologia de impressão 3D tem ganhado espaço no campo da Medicina Veterinária, promovendo inovações no ensino e na prática clínica. A criação de modelos anatômicos tridimensionais a partir de imagens digitais oferece uma alternativa eficaz ao uso de modelos in vivo, sendo especialmente útil no treinamento de procedimentos cirúrgicos complexos. Além disso, a impressão 3D tem se mostrado como ferramenta promissora no planejamento cirúrgico e na fabricação de próteses personalizadas para animais, beneficiando profissionais e pacientes com maior precisão, segurança e na redução de erros e do tempo das cirurgias.
Nesse sentido foi desenvolvido um estudo no Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal, da Universidade de Cuiabá – Unic pelo mestrando Fabrício Leonard Urmann, sob orientação da Profª Drª Nathalie Moro Bassil Dower. O objetivo da pesquisa foi avaliar a precisão e a replicabilidade de modelos anatômicos produzidos por duas impressoras 3D diferentes, utilizando três tipos de materiais para impressão, e verificar a correlação entre os biomodelos impressos e as imagens de tomografia computadorizada.
Para o desenvolvimento da pesquisa, foram selecionadas imagens de tomografia computadorizada de cães de diferentes portes (pequeno, médio e grande), oriundas do acervo da empresa especializada na produção de modelos impressos em impressoras 3D. A partir dessas imagens, foram produzidas 18 peças anatômicas, sendo nove impressas por cada equipamento (GTMAX 3D e SETHI S3), com igual distribuição entre os três materiais utilizados: PLA (ácido polilático), ABS (acrilonitrila butadieno estireno) e PETG (polietileno tereftalato de etileno glicol). Todas as impressões foram realizadas utilizando a tecnologia de modelagem por fusão e depósito (FDM). Para produzir as peças, foram coletadas algumas medidas, conforme demonstrado na Figura 1.
Figura 1: Esquemas anatômicos indicando o posicionamento das medidas coletados dos modelos estudados.

Os resultados indicam que ambas as impressoras apresentaram alto desempenho e confiabilidade na produção de biomodelos, com pequenas variações percentuais, especialmente em peças de maior volume. O material PETG demonstrou maior consistência dimensional, enquanto o PLA e o ABS apresentaram limitações em estruturas maiores. A pesquisa reforça que a escolha adequada do material e do equipamento é essencial para garantir qualidade na produção de modelos anatômicos, contribuindo significativamente para o aprimoramento das práticas educacionais e clínicas na Medicina Veterinária.
Portanto, a impressão 3D pode representar significativo avanço, não apenas na Medicina Veterinária, mas em todas as áreas da saúde, ao permitir a produção rápida e personalizada de próteses, dispositivos e modelos anatômicos. Essa tecnologia tem acelerado o desenvolvimento de soluções inovadoras, e também, pode ajudar a capacitar futuros profissionais, contribuindo para cirurgias mais precisas, além de contribuírem na forma como os profissionais de saúde animal abordam o ensino, o diagnóstico e os procedimentos clínicos. Com seu constante aprimoramento, a impressão 3D segue transformando a forma como profissionais da saúde pensam, planejam e executam seus procedimentos, consolidando-se como uma ferramenta essencial para o futuro da Medicina.
Para mais informações, acesse a pesquisa na íntegra no Repositório Institucional Cogna:
https://repositorio.pgsscogna.com.br/handle/123456789/68733
Saiba mais sobre o Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal:
https://pgsscogna.com.br/biociencia-animal/ ou fale com a coordenação via e-mail ricardo.ct.carvalho@cogna.com.br