O Diabetes Tipo 1 corresponde a cerca de 10% do total dos casos de diabetes no mundo todo. Há estimativa de 108 mil crianças e adolescentes com menos de 15 anos diagnosticados todos os anos. Sendo o Brasil o terceiro país no mundo, com mais casos de Diabetes Tipo 1, entre zero a 14 anos, ficando atrás somente da Índia e dos Estados Unidos.
O Diabetes Tipo 1 é classificado como doença autoimune, crônica não transmissível e grave. Seu surgimento não está associado ao estilo de vida, como maus hábitos alimentares, sedentarismo ou tabagismo. Portanto, não é possível evitar que ele ocorra; diferente do Diabetes Tipo 2.
O diagnóstico desta doença é realizado pelo médico endocrinologista, por avaliação de sintomas e exames de sangue, um dos mais indicados é o exame de hemoglobina glicada, que avalia os níveis de glicose nos últimos meses antes da realização do exame.
A partir do diagnóstico, pode-se monitorar em casa, os níveis de glicose no sangue com o auxílio do glicosímetro, a forma mais comum. Outra forma mais moderna, é com o auxílio de um sensor, com tecnologia menos invasiva, pois não há necessidade de picadas na ponta do dedo. Este sensor é aplicado no subcutâneo, na parte posterior superior do braço, com duração de 14 dias, e o monitoramento da glicose pode ser realizado através de um aplicativo no celular ou escaneando o sensor, podendo verificar quantas vezes forem necessárias, garantindo maior controle do diabetes.
Atualmente, o diabetes Mellitus pode ser classificado em quatro categorias, destacamos aqui o Diabetes Tipo 1. Uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Ensino da Universidade de Cuiabá, em Mato Grosso analisou a inclusão de alunos com Diabetes Tipo 1 em escolas públicas na cidade de Cuiabá. A mestranda Cláudia Marcele de Campos, informa que o desejo de pesquisar sobre o tema se deu pelo fato de ter passado por experiência traumática ao enfrentar a doença com a filha de apenas 7 anos de idade. Assim, orientada pela docente Lucy Ferreira Azevedo, definiu o tema e iniciou a pesquisa da sua dissertação.
A aluna descreve que normalmente é de forma turbulenta que a família descobre que o filho tem a doença. Apesar de alguns sintomas clássicos, como: sede excessiva, micção frequente, fome constante, perda repentina de peso, fadiga e, em alguns casos, visão embaçada, mas muitas vezes, pela idade da criança e pela falta de conhecimento, não faz o Diabetes passar como suspeita de doença. Após o diagnóstico, vem a necessidade aprender noções importantes sobre a rotina desta doença que não tem cura, mas exige alguns cuidados como: medição de glicemia várias vezes ao dia, aplicação de insulina e mudança de alimentação, além da supervisão de um cuidador adulto, geralmente a mãe – chamada de “Mãe Pâncreas”.
A pesquisa apontou casos de mães que renunciam suas carreiras para passar o dia na escola com os filhos, por receio dos educadores não terem conhecimento para lidarem com as necessidades de alunos com a Diabetes, pois a maioria dos educadores não possuem informações consistentes sobre o Diabetes Tipo 1.
O estudo apontou também que há extremos de informações sobre a doença, casos em que a família tem confiança para deixar a criança fazer todas as atividades da escola, inclusive passeios externos, pois faz uso de equipamento que verifica a glicemia a cada minuto, garantindo mais tranquilidade e segurança tanto para os pais quanto para a escola. Enquanto outros pais, que não fazem o acompanhamento correto, pois não tem o cadastro no SUS, e acreditam que o uso de chás faz a função da insulina.
A pesquisa ressalta que a diferença financeira entre famílias não é o fator decisivo para maior ou menor grau de desinformação, com os cuidados com essas crianças nas escolas. Destaca ainda, que as denominadas Mães Pâncreas são as principais responsáveis por auxiliar no tratamento da criança e acompanhar na vida escolar; além de ensinar a criança/adolescente como lidar com o Diabetes para ter uma vida saudável e sem tantas limitações.
A pesquisa concluiu que muitos educadores não estão preparados para educação inclusiva, no que tange a criança com Diabetes Tipo 1, porém há vários meios disponíveis de informação
Neste sentido, é importante entender que ressignificar a vida da criança com Diabetes é algo desafiador e que os problemas psicossociais podem complicar o tratamento, porém trata-se de uma condição, não de uma sentença. Mais informações sobre o estudo acesse: https://repositorio.pgsscogna.com.br/handle/123456789/47258
Saiba mais sobre o Programa em Ensino: https://pgsscogna.com.br/ensino/ ou fale com a coordenação: Ana Graciela Mendes Fernandes da Fonseca Voltolini pelo e-mail ana.voltolini@cogna.com.br