As doenças pulmonares intersticiais (DPIs) formam um grupo heterogêneo com mais de 200 tipos de pneumopatias, caracterizadas por inflamação alveolar crônica, fibrose pulmonar difusa e comprometimento das trocas gasosas. Apesar do conhecimento consolidado sobre os prejuízos à função pulmonar, a influência dessas doenças na qualidade do sono ainda é pouco explorada na literatura científica.
Neste sentido, o mestrando Thiago Leite Silveira, do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da Universidade Anhanguera Unopar, em Londrina/PR, sob orientação do Prof. Dr. Carlos Augusto Marçal Camillo, desenvolveu uma revisão sistemática da literatura entre a qualidade do sono e as DPIs. A pesquisa buscou identificar as evidências sobre a arquitetura do sono em pacientes com DPI, suas associações com aspectos clínicos e os efeitos de possíveis intervenções.
O estudo revelou que sintomas comuns, como dispneia e a presença frequente da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), afetam negativamente todas as fases do sono. Esses fatores resultam em despertares noturnos, prejuízo na transição para estágios mais profundos do sono e redução na eficiência do descanso noturno, afetando diretamente o bem-estar desses pacientes.
Entre os achados mais relevantes, destaca-se resultados para as duas fases principais do sono: o sono REM (Rapid Eye Movement – movimento rápido dos olhos) e o sono NREM (Non-Rapid Eye Movement – movimento não rápido dos olhos). O sono REM, apresenta atividade elétrica cerebral semelhante à da vigília, o que explica a ocorrência de sonhos vívidos e frequentemente lembrados ao despertar. Já a fase do sono NREM, por sua vez, é caracterizada por uma redução progressiva da atividade elétrica cerebral, embora o tônus muscular permaneça preservado.
A pesquisa apresentou redução significativa no tempo de sono REM e o aumento proporcional do sono, demonstrando desequilíbrio na chamada macroarquitetura do sono. Identificou relação entre o sono e o número de passos diários — o que aponta para uma interligação entre qualidade do sono e atividade física. No entanto, não foram encontradas correlações diretas com a função pulmonar, capacidade de exercício ou qualidade de vida, indicando que outros fatores podem estar envolvidos.
O estudo reforça a importância de intervenções voltadas à melhora do sono em pacientes com DPI e destaca a necessidade de novas pesquisas para aprofundar a compreensão sobre esse tema e desenvolver estratégias terapêuticas eficazes.
Para mais informações, acesse a pesquisa na íntegra no Repositório Institucional: https://repositorio.pgsscogna.com.br/handle/123456789/67826
Saiba mais sobre o Programa em Ciências da Reabilitação: https://pgsscogna.com.br/ciencias-da-reabilitacao/ ou fale com a coordenação via e-mail: ppgcrunopar@cogna.com.br