Pesquisa Científica

Sustentabilidade na Produção de Leite: a Pegada Hídrica e Indicador Estratégico  

A crescente preocupação com a sustentabilidade e a escassez dos recursos naturais têm impulsionado estudos que buscam diagnosticar e mitigar os impactos ambientais nas cadeias produtivas. Entre esses recursos, a água – embora reutilizável – é finita e cada vez mais escassa, especialmente no contexto das atividades agropecuárias. Neste cenário, o conceito de pegada hídrica ganha destaque como indicador estratégico de sustentabilidade, ao quantificar o volume de água utilizado na produção de bens e serviços. 

A pegada hídrica é dividida, conforme a fonte de água, em: azul, verde ou cinza. A pegada hídrica azul se refere à água superficial e subterrânea, sendo de rios e bacias hidrográficas. A pegada hídrica verde é oriunda da água da chuva e evapotranspiração. Por fim, a pegada hídrica cinza é o volume de água utilizado para retornar à água utilizada na cadeia produtiva, considerada poluída, ao meio ambiente dentro dos padrões de qualidade exigidos. Além desta classificação, a pegada hídrica também pode ser diferenciada conforme o uso da água em: direta (água consumida no processo ou produto analisado); e indireta (presente nos serviços associados).  

Com o objetivo de contribuir sobre o uso eficiente da água na agropecuária, foi desenvolvido um estudo no Programa de Pós-Graduação em Saúde e Produção Animal da Universidade Anhanguera Unopar, pela mestranda Ana Paula Kuller Zanoni sob orientação do Prof. Dr. Rafael Fagnani. A pesquisa foi realizada em três propriedades leiteiras no município de Londrina/PR, tendo como propósito mensurar o consumo de água na produção de leite cru ao longo de um ano, caracterizando as práticas produtivas e os principais pontos de uso do recurso. 

A metodologia empregada foi descritiva, com abordagem qualitativa e aplicação de questionário aos produtores. Foram levantadas informações sobre as dimensões da propriedade, sistema de produção, uso de água em atividades como dessedentação animal, limpeza de instalações e equipamentos, alimentação e demais usos diretos. 

Os resultados revelaram que a pegada hídrica azul direta das propriedades avaliadas apresentou valor inferior (7,35; 19,58; 13,16 L água/ L leite) quando comparada à média nacional para sistemas de produção a pasto, que é de 22 litros de água por quilo de leite produzido, em comparação aos 69 L/kg dos Estados Unidos e 105 L/kg da Índia, os dois maiores produtores mundiais de leite bovino. 

A pesquisa evidenciou um desafio relevante: a falta de hidrômetros e a baixa percepção, por parte dos produtores, sobre a escassez do recurso. Concluindo que é necessário fomentar a gestão consciente da água nas propriedades rurais, promovendo práticas sustentáveis que garantam a viabilidade da produção leiteira em médio e longo prazo. 

Para saber mais sobre a pesquisa, acesse o Repositório Institucional: https://repositorio.pgsscogna.com.br/handle/123456789/68860 

Para saber mais sobre o Programa de Pós-Graduação em Saúde e Produção Animal acesse: https://pgsscogna.com.br/saude-e-producao-animal/ ou fale com a coordenação via e-mail fabiola.cristine@cogna.com.br

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SECRETARIA ACADÊMICA (Mestrado e Doutorado)

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