A afirmação de que a saúde começa pela boca, destaca a importância de cuidados tanto da Odontologia, quanto da Medicina. Cuidar da saúde geral e bucal vem despertando interesse nestas áreas de estudo, pois a higiene da boca de forma correta diminui os riscos de infecção, contaminação e dor.
Na cavidade bucal, naturalmente, há diversos tipos de bactérias, que podem chegar à corrente sanguínea por meio de algum foco de infecção e/ou inflamação de origem na própria boca, o qual é chamado de bacteremia, e pode afetar diversos órgãos. Portanto, há correlação entre complicações cardíacas, neurológicas e renais com as doenças de origem bucal.
A doença periodontal é uma condição inflamatória crônica dos tecidos de proteção e suporte dos dentes. Associada à Odontologia, destaca-se a endocardite infecciosa, infecção grave do miocárdio (músculo cardíaco), com prognóstico incerto, muitas vezes relacionado à alta morbidade, mortalidade e potencialmente fatal, ou com necessidade de correção cirúrgica.
Em relação a necessidade de maior prevenção odontológica, a partir de medidas profiláticas, surgiu a pesquisa desenvolvida pela discente Susana Balbino Vilela Cajango do Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas Integradas, da Universidade de Cuiabá – UNIC, sob orientação do Prof. Dr. Alexandre Meireles Borba. O objetivo do estudo foi identificar a importância da intervenção odontológica como medida preventiva à endocardite infecciosa em indivíduos cardíacos hospitalizados, candidatos à cirurgia cardíaca.
A pesquisa foi realizada no Hospital Geral de Cuiabá, referência em Cardiologia e Cirurgia Cardíaca, foi baseada na verificação de necessidade de intervenção odontológica como medida de prevenção à Endocardite Infecciosa em indivíduos candidatos à cirurgia cardíaca. Os resultados revelaram que a terceira idade é o público-alvo predominante, com média de 61 anos, e prevalência de 65% do sexo masculino. Os pesquisadores sugerem que, para estudos futuros, devam concentrar em aumentar a eficácia na remoção de fontes de infecção odontológica durante o período de internação, e também, desenvolver estratégias para acompanhar a saúde bucal do paciente após a alta hospitalar.
Os pesquisadores observaram ainda, que cerca de um terço dos pacientes internados para procedimento pela equipe de cirurgia cardíaca, apresentavam focos odontológicos passíveis de intervenção para prevenir a endocardite infecciosa. Em todos os casos em que foi indicada intervenção odontológica, o procedimento recomendado foi a exodontia (remoção cirúrgica de um dente). No entanto, foi observado que mais de 60% dos pacientes com indicação de intervenção odontológica não receberam o tratamento, principalmente devido à alta hospitalar determinada pela equipe de Cirurgia Cardíaca.
Para saber mais sobre a pesquisa, acesse o conteúdo na íntegra no Repositório do Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas Integradas: https://repositorio.pgsscogna.com.br/handle/123456789/68007
Saiba mais sobre o Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas Integradas: https://pgsscogna.com.br/ciencias-odontologicas-integradas/ ou fale com a coordenação via e-mail alexandre.borba@cogna.com.br