A dor lombar, evidenciada como a mais comum entre os adultos, pode estar relacionada ao aumento da tensão muscular e/ou rigidez, com ou sem correlação nos membros inferiores.
Cerca de 80% da população é acometida por esta dor em algum momento da vida. Segundo o Medical Subject Headings (MeSH) a dor lombar pode ser aguda ou crônica, na região lombar ou sacral, associada a entorses e distensões, deslocamento de disco intervertebral, dentre outras condições. É classificada como aguda quando dura menos de 6 semanas; subaguda, entre 6 e 12 semanas; ou crônica, com duração maior de 12 semanas. A dor lombar pode ser específica ou não específica. Quando específica, tem sintomas causados por mecanismos fisiopatológicos diagnosticados, como hérnia de disco, osteoporose, artrite reumatoide, fratura ou tumor. Quando não específica, tem sintomas sem causa aparente definida, sem diagnóstico clínico e acomete cerca de 90% dos casos.
A dor lombar crônica não específica se manifesta de forma multifatorial e pode afetar o controle postural, senso proprioceptivo, aumentar percepção de incapacidade, medo do movimento relacionado à dor (cinesiofobia) e risco de depressão. Além de estar associada à maior probabilidade de afastamentos do trabalho e redução da produtividade em ambiente ocupacional.
Esta doença é a principal causa de incapacidade no mundo, afetando a qualidade de vida, aumentando demandas aos serviços de saúde e gastos públicos. Em 2020 essa dor afetou 619 milhões de pessoas mundialmente, e há estimativas de que até 2050 afete 843 milhões. Sendo considerada um dos maiores problemas de saúde pública, faz-se necessário estabelecer estratégias terapêuticas para melhorar a capacidade funcional do indivíduo e reduzir custos sociais. Há várias possibilidades de tratamento, tanto medicamentosas quanto por outras opções como exercícios de várias modalidades (terapêutico, estabilização, controle motor, Pilates, caminhada e condicionamento físico). O melhor método é baseado na escolha do paciente, terapeuta e custos.
Nesse sentido, destaca-se o Pilates, um exercício “mente-corpo” que tem como objetivo básico melhorar a estabilidade, força, flexibilidade, controle muscular e postural e a respiração. A atividade pode ser conduzida de duas formas: o MAT Pilates (Figura 1), realizado no solo, ou executados com uso de aparelhos específicos.
Figura 1 – Mat Pilates. Roll dow (A), The Hundred (B), One leg stretch (C), Swinning (D)
Um exemplo, é o “The Hundred” (Figura 1B), um dos primeiros exercícios originais do Pilates, com objetivo de ativar os extensores dos joelhos, é executado em decúbito dorsal, com os membros superiores ao longo do corpo e os tornozelos em flexão plantar, quadris levemente flexionados, sem contato dos membros inferiores com o solo, enquanto a coluna fica apoiada no MAT. Para pessoas diagnosticadas com hérnia cervical, não devem levantar a cabeça do MAT.
A terapia de fotobiomodulação é também utilizada em tratamentos de dor lombar. Trata-se de uma modalidade fototerápica não invasiva, com a proposta de promover reparação tecidual, diminuir a inflamação e produzir analgesia.
A ausência de estudos sobre os efeitos da combinação das duas terapias para tratar a dor lombar crônica não específica despertou o interesse de aluna e docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação da Anhanguera Unopar. Assim, a discente Jeanne Karlette Merlo sob orientação do Prof. Dr. Andreo Fernado Aguiar analisaram as duas terapias para avaliar a intensidade da dor, o medo de sentir dor e a potencialização da sensação da dor.
O estudo foi realizado com 38 adultos jovens com dor lombar crônica não específica, separados em dois grupos: Exercícios de Pilates + terapia de Fotobiomodulação ativa e Exercícios de Pilates + terapia de Fotobiomodulação placebo. Por um período de 8 semanas, os grupos realizaram o programa de exercícios de Pilates no solo duas vezes por semana, recebendo as irradiações de fotobiomodulação (ativa e placebo) na região da lombar 10 minutos antes e depois das sessões dos exercícios.
O resultado demonstrou que o programa de exercícios de Pilates no solo reduziu a intensidade da dor, o medo de sentir dor e a catastrofização da dor, porém a terapia de fotobiomodulação não promoveu efeitos adicionais sobre estas variáveis.
Para saber mais, acesse o conteúdo em: https://repositorio.pgsscogna.com.br/handle/123456789/67884 https://repositorio.pgsscogna.com.br/handle/123456789/67884
Saiba mais sobre o Programa em Ciências da Reabilitação: https://pgsscogna.com.br/ciencias-da-reabilitacao/ ou fale com a coordenação Rodrigo Antonio Carvalho Andraus pelo e-mail: rodrigo.andraus@cogna.com.br